quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Transtorno do "Comprar Compulsivo"

Na sociedade capitalista vários são os motivos que movem uma pessoa a comprar: necessidade real, carência afetiva, manutenção do status, adquirir poder ou projeção imediata, modismo, apelo do marketing, influência de determinado grupo de convívio, ilusão de segurança, etc...
Sabendo disso, o mercado sempre oferece algo novo para ser consumido com a promessa de ser mais bonito, mais prático, mais eficaz, mais tudo, enfim. Isso com o objetivo claro de desencadear em todos nós a compra por impulso, aquele algo a mais que compramos, em geral, atraídos pelo apelo publicitário instantâneo.
No transtorno do comprar compulsivo a situação é ainda mais complicada. A pessoa compra em quantidades exageradas, gastando em geral muito mais dinheiro do que pode, contraindo dívidas, passando cheques sem fundo (em geral pré-datados), gerando dessa forma prejuízos materiais e afetivos para si e para os familiares mais próximos. A compra no transtorno do comprar compulsivo é antecedida de um desejo incontrolável e, no ato da compra em si, a pessoa vivencia um grande sentimento de alívio tensional de prazer propriamente dito, ou, ainda, uma incrível sensação de poder e felicidade. A essa “onda boa” seguem-se em geral a culpa e o remorso por mais um fracasso frente à compulsão de comprar.
Habitualmente o compulsivo de compras tenta manter seu descontrole em segredo, o que dá ao transtorno um “aspecto secreto”. A compulsão de compras é mais freqüente entre as mulheres e seu início tende a ocorrer na juventude, por volta de 18 anos, idade em que os pais costumam presentear a maioridade dos filhos com a liberação de talões de cheques ou cartões de crédito, muitas vezes de forma inadvertida. Maquiagem, jóias, roupas, bolsas, sapatos e perfumes são os objetos mais comprados.
Não podemos negar a forte influência que nossa cultura consumista exerce sobre esse transtorno, no entanto, também, é inegável o componente afetivo representado pelo vazio interno que os compradores compulsivos vivenciam nas profundezas de seu ser. Comprar coisa materiais para preencher esse vazio é tão inútil quanto “secar gelo”. É preciso despertar nossa essência, nossos verdadeiros talentos e nossas reais potencialidades, deixando o ser real tomar posse desse território (vazio) onde o TER jamais consegue morada.
Fonte: Dra Ana Beatriz B. Silva (Psiquiatra)
www.medicinadocomportamento.com.br

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