quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Super-Homem de Nietzsche...

“E Zaratustra assim falou ao povo: ‘Eu lhes anuncio o super-homem!’ O super-homem é o bom-senso da terra. Digam suas vontades: seja o super-homem a razão da terra..."
O Super-Homem criado por Nietzsche, seria um homem "além do bem e do mal", humano em demasia, que viria ao encontro de tudo o que era previamente estabelecido. Para o filósofo, qualquer ser humano, seria dotado da possibilidade de ser um "super-homem", enquanto dotado de vontade e coragem. Imbuído destas, o (super) homem superaria todos os obstáculos, sendo dois deles, os principais "inimigos" potenciais deste ser "humano, demasiadamente humano", a saber, o Hábito e o Medo.
Nietzsche estabeleceu as características deste homem ideal a partir de Zaratustra (nome oriundo de Zoroastro - profeta persa em VI a.C.), no clássico: "Assim falou Zaratustra", de sua autoria.
Há quem diga, que Zaratustra seria o superego do filósofo...
Maybe..............

Somatização...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

De Volta a Lagoa Azul

A LAGOA AZUL
Antes que comecem as críticas, eu faço uma pergunta: "Quem nunca ficou seduzido pelo clima de erotismo inocente, e pela descoberta do amor entre as personagens deste filme? Acredito que qualquer indivíduo da minha geração, que na época curtiam a pré-adolescência, tenha tido a vontade de ser habitante daquela ilha perdida no oceano.
O fascínio pela descoberta do corpo, a inocência perdida, e o amor incondicional, com certeza já atingiu um dia a vida de cada um de nós. Ocorre que com o passar do tempo e o amadurecimento a duras penas imposto pela vida moderna, nos tornamos seres pseudo-céticos, e em consequência disso, críticos sarcásticos deste modelo de romance.
Basta que façamos uma pequena viagem no túnel do tempo, para que a magia do amor de Brooke Shields e Christopher Atkins na paradisíaca ilha, torne a nos encantar de um modo bastante peculiar aos adolescentes. E o porque disso é muito simples. Na adolescência, da minha geração, éramos apenas crianças, ávidas pelo desejo puro e intenso de crescer, amar, casar, ter família, filhos e tal...A pureza nos proporcionava viver intensamente a fantasia de que essa vida tão desejada seria tal qual um conto de fadas, onde o príncipe encantado, rico, bonito, fiel e com um caráter inquestionável, encontraria a linda e meiga princesa, disposta a ser uma glamurosa madame "Amélia", e a partir dali, viveriam felizes para sempre...sem percalços. Transportávamos então a situação inusitada vivida pelos protagonistas do filme para a realidade ilusória criada em nossos corações que batiam em franca arritmia, típica da faixa etária em questão. E chegávamos a acreditar piamente que aquele seria o nosso destino. Não necessariamente numa ilha, ou em um castelo medieval, mas na selva de pedra que era a nossa realidade. A cada reprise do filme, maior se tornava nossa ilusão. Doce ilusão...
O tempo passa para todos, e com ele passam também as fantasias de um passado nem tão distan te assim. O desejo do encontro mágico até se realiza, mas a vivência real do antigo sonho é bem diferente do romantismo contido no script do filme. Nos tornamos ácidos, criamos uma capa protetora a fim de preservarmos a evolução da nossa espécie. A Lagoa Azul, passa a ser um mar poluído por derramamento de óleo, produzindo matanças em massa de animais e plantas que antes decoravam o lúdico cenário. E a matança se estende a nós, seres humanos, que assim como a fauna e a flora, vamos nos tornando secos, sem vida, e descrentes de qualquer mudança para melhor. Odiamos a Lagoa Azul. Ridicularizamos o amor e a inocência dos protagonistas. Classificamos o filme como mero enlatado produzido exclusivamente para a sessão da tarde. Zombamos do que teria sido um dia, o nosso ideal de vida. E o pior...passamos isso como lição de vida para os nossos filhos...endurecemos nossas crianças sem permitirmos que elas tenham o privilégio de um dia sentir o friozinho na barriga que sentimos um dia...e que muito nos encantava!
Me pergunto às vezes se não seria muito melhor vivermos na ilusão de que um dia nos tornaríamos náufragos dessa dura vida e viveríamos com o amor como subsistência, em uma ilha perdida no paraíso de nossa imaginação. Com certeza a resposta é "sim".
Mas penso que nem tudo está perdido. Convido a todos, de qualquer geração, a assistir ao cult "A Lagoa Azul, e por um momento que seja, possam encarnar de corpo e alma a vivência das personagens do filme. É um convite para uma longa viagem, onde sairíamos da realidade para o sonho que um dia fora deixado pra trás. É verdade que iremos com a passagem de volta comprada, mas como fazemos nas férias anuais, curtimos ao máximo aqueles momentos maravilhosos e mágicos que as viagens nos proporcionam. Guardamos as fotografias, e principalmente, cultivamos as lembranças em nossa memória para todo o sempre. Quando tivermos vontade, poderemos sim, ser felizes para sempre!